quinta-feira, 22 de maio de 2008

HIPERATIVIDADE: modismo, mitos, verdades...

HIPERATIVIDADE: modismo, mitos, verdades...

LI ESTE TEXTO E RESOLVI COLOCAR AQUI PARA AJUDAR OUTRAS PROFESSORAS...

(Edição Abril/2007)
Escrito por Gilmar de Oliveira

Imagine uma foto borrada, daquelas que se tiram com a máquina em movimento.
É mais ou menos assim a forma do hiperativo ver o mundo.
A Hiperatividade, ou melhor dizendo, o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA), quando seguido de impulsividade, agitação, quando parece que a criança “tem um motorzinho que não desliga nunca” é classificada como TDA-H (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).
É causada por uma disfunção no Sistema Nervoso Central, mas com fatores ambientais e familiares que, em muitos casos, acentuam as características desse déficit.
É, na verdade, uma diminuição severa da capacidade de concentração e análise das situações cotidianas.
Faz com que a pessoa (a infância é onde tal disfunção causa maior preocupação e maiores problemas) perceba vários estímulos ao mesmo tempo, sem concentrar-se no foco desejado, mudando tais focos constantemente, não medindo os perigos, nem as conseqüências dos seusatos, em geral feitos sem planejamento.
Com isto o rendimento em sala de aula cai muito, o aluno vira um “serelepe” nas aulas externas, atrasa atividades, perde materiais, anda ou corre pela classe e pelo pátio o tempo todo, perturba os colegas, faz e diz coisas sem pensar.
Isto ocorre porque o hiperativo (TDA-H) não reflete nem planeja seus atos, não concentra-se na situação por já estar vislumbrando outra e outra e outra...
O que colabora com a situação é que existe no cérebro uma área de auto-censura, que controla nossos desejos e que nos hiperativos (TDA-H), ainda não se sabe ao certo o motivo, tal função não atua como deveria.
Porém existem pessoas que agem sem medida ou sem controle e não possuem Déficit de Atenção (TDA), assim como muitos dos TDA’s possuem problemas na atenção, mas não na conduta.
Perceba, professor, que hoje em dia qualquer criança mais peralta, ou criada sem limites, já é considerada Hiperativa.
É um engano, um erro grotesco rotular desta forma.
Mas parece conveniente...
A família“ganha” uma desculpa para a falta de limites;” a escola uma resposta para a angústia do fracasso escolar sem trabalhar a criança, e todos “ganham” com a medicação do educando, em geral, Cloridrato de Ritalina e fica “centrada, obediente”.
Poderíamos chamar a Ritalina da DROGA DA OBEDIÊNCIA, e sendo assim, nossos supostos hiperativos poderiam ser “ADESTRANDOS”, no lugar de educandos.
Quem perde é a criança, quem perde é a sociedade quando um médico usa de sua onipotência e diagnostica sozinho o TDA-H, sem ajuda da escola (que muitas vezes exagera nos laudos, feitos em momentos de tensão) e de um psicólogo especializado.
Um déficit que afeta várias área deve ser diagnosticado e trabalhado por vários profissionais.
Nem sempre as cidades apresentam estrutura para tanto.
Nem por isso devemos simplesmente rotular e deixar assim mesmo”.
Agitação não é hiperatividade, nem a impulsividade faz o hiperativo.
Falta de limites e de diálogo, não transforma alguém em hiperativo.
Analisar os critérios diagnósticos do TDA e do TDA-H em obras como Barckey, Kaplan ou mesmo no CID-10 (ou via internet) é uma grande ajuda ao educador e às famílias.
São inúmeros os distúrbios comportamentais e cognitivos com sintomas semelhantes ao TDA-H. Somente um diagnóstico em conjunto entre neurologista, psicólogo, família e escola é que pode trazer a certeza de um tratamento correto e, quando preciso, com o uso de medicação.
Antes de rotular, é melhor sabermos como agir, como identificar e principalmente, como lidar com crianças excessivamente agitadas (neste mundo agitadíssimo). Hiperativas ou não, com crianças com estímulos múltiplos de todos os lados, com pais ansiosos, com a múltipla oferta de estímulos em nosso meio que em certos casos, desconcentraria até monges budistas.
Importante não esquecer que uma diminuição na atenção não desqualifica a inteligência, a memória, a cognição, a atenção global e a maior parte das formas de raciocínio do educando.
E que o bom senso, a negociação, atividades dinâmicas ajudam qualquer aluno e desenvolver seu trabalho em sala de aula.


SOMENTE UM NEUROPEDIATRA PODERÁ DIAGNOSTICAR E ASSIM AJUDAR A FAMÍLIA E A ESCOLA.

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8 Comentários:

Às 24/5/08 , Anonymous Anônimo disse...

Oi.Tudo bem

Adorei o texto tenho um aluno de 6 anos que já foi diagnosticado hiperativo mais nenhuma pessoa especializada venho conversar na escola, só a mãe que nos contou e nada foi feito para a melhora está cada dia pior não respeita fala coisas nas horas erradas, anda pela sala o tempo todo,não consegue realizar suas atividades não consegue se concentrar.
Gostaria muito de ajudá-lo ele é encantador.
Obrigada Luciana

 
Às 29/5/08 , Blogger RECOMEÇAR SEMPRE disse...

Muito obrigado por compartilhar esse texto conosco, eu não sabia quase nada sobre o assunto e esse texto tirou muitas dúvidas.
bjinhuxxxxxxxx

 
Às 9/6/08 , Anonymous Anônimo disse...

Agradeço por compartilhar conosco este assunto tão debatido e muito interessante para nós professores. Quanto mais lemos mais queremos saber
Bjs

 
Às 1/7/08 , Anonymous Anônimo disse...

Muito interessante o texto, pois trabalho com crianças hiperativas, mas procuramos trabalhar em equipe, escola- família- médico- psicólogo. Não podemos confundir falta de limite com hiperatividade. O texto deixa isso bem claro!
Parabéns!!
Josi

 
Às 13/9/08 , Anonymous Anônimo disse...

Muito Bom este texto! Como portadora de TDA (predominante desatento) e mãe de uma criança com TDAH (hiperativo)

Eu acrescento ao texto, o que diz a ABDA (Associação Brasileira de Défict de Atenção)
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na
infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade.

Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em
diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade etc.),
o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro.
A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela
inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória,
autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissor
es (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).

Mais informações o site é:
www.tdah.org.br

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anônimo disse...

Li vários artigos sobre TDAH para fazer uma oficina na faculdade, e achei esse muito bom.
Parabéns pela iniciativa de dividir um texto tão esclarecedor.
Abraços!

 
Às 3/8/11 , Anonymous Anônimo disse...

Tenho um filho de cinco anos e ele tem,os sintomas de TDAH.Sempre recebo da professora dele reclamações,fico sem saber o que fazer.Mas lendo este texto, fiquei tranquila em saber,que meu filho não é doente.Irei agora procurar um especialista,para melhor mi orientar.obrigada por este texto.

 
Às 14/6/12 , Blogger Fátima Albertine disse...

Oi,boa noite! eu li o seu texto e achei muito interessante vou falar sobre ele na próxima reunião dos pais,adorei e tenho certeza que vai ajudar muitas mães que acha que os seus filhos são hiperativos infelizmente algumas usam o termo como desculpas por não saber disciplinar os mesmo, outras sabem que o filho tem um o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA), quando seguido de impulsividade, agitação, mais não se importam com o que a professora relata sobre o aluno em sala de aula e nem tão pouco elas procuram um profissional para se informar melhor do caso.
Quero agradecer pelo seu texto adorei e me ajudou muito,um grande abraço para você.
Obrigada,Fátima Albertine.

 

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